"50 anos depois de Cristo, o apóstolo Paulo já falava do valor do esporte para as pessoas. Nos seus escritos, ele menciona dois esporte: a corrida e a luta. Também analisa o bom exemplo do atleta, que disciplina seu corpo "para alcançar uma coroa". Mas, Paulo vai além das competições esportivas: ele chama nossa atenção para o lance real do jogo da vida. Neste jogo, gostando ou não , somos todos atletas. E aqui não é o mais forte ou veloz que recebe o prêmio, mas sim aquele que confia sua vida a Jesus, o Campeão dos campeões!"

(Thiara Mandelli Basso - Tri Campeã Paranaense de Longboard)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

JUDÔ


CONCEITO

      


     O judo é uma arte marcial e um desporto de luta que coloca frente a frente duas pessoas (os atletas são divididos conforme o seu peso), sendo o principal objetivo de um dos praticantes, derrubar, imobilizar ou fazer render seu adversário. Com características bastante competitivas, o judo é composto por várias técnicas e movimentos.

HISTÓRIA
     A História do Judo remonta ao final do século XIX e tem como mentor o japonês Jigoro Kano que quis incutir, na antiga arte marcial "Jujutsu", uma vertente pedagógica e social. Apesar de altamente contesiado na altura, não baixou os braços até tornar o Judo num desporto completo e padronizado, assente numa forte base filosófica. Uma disciplina reinventada que o mestre Jigoro Kano soube adaptar aos tempos e ao homem moderno sem perder as raízes e os valores mais tradicionais.

     Era 1882. Nascia o judo, assentado nos conceitos Zen de serenidade, simplicidade e fortalecimento do caráter. É considerado o jogo da cordialidade das lutas marciais. O pequeno Kano que começara no esporte quatro anos antes para superar a fragilidade física, funda o Instituto Kodokan , com nove alunos e 12 tatames para ensinar sua criação.

    Em 1887 o judo já havia conquistado espaço bastante para quase tirar o jiu-jitsu de combate. A entrada de Kano no COI, em 1909, foi o empurrão que faltava para o judo já usado em treinamento de policiais franceses disseminar-se mundo afora. Em 1952 é fundada a confederação mundial, e enfim, o esporte torna-se olimpico em Tóquio - 64, para homens, e em Barcelona - 92, para mulheres. Hoje é praticado por pelo menos 180 nações.

    No Brasil, foi apresentado em 1915 pelo imigrante japones Mitsuyo Maeda, apelidade Conde Koma, e os adeptos que reunira em suas excursões pela América do Sul. Koma e sua equipe ficaram conhecidos e passaram a promover apresentações, nas quais aceitavam desafios de qualquer pessoa. Esses eventos, especialmente em Manaus e Belém , foram a melhor difusão do esporte no pais. São Paulo, sede da maior colônia japonesa no Brasil, deu - lhe a melhor acolhida e, por isso, é ainda hoje o melhor celeiro de judocas nacionais.




FILOSOFIA



Acreditamos que o ideal e os ensinamentos de Jigoro Kano estão bem sintetizados nessas duas máximas. Encontramos nos Evangelhos de Cristo: amor ao próximo como a nós mesmos e utilizar nossos dons para servir. Essa pequena introdução mostra-nos perfeitamente toda a grandeza do Judo, que voltado para o espirito almeja um mundo melhor, mais humano e justo para todos.



Princípios:
Há nove princípios que compõem o Espirito do Judo. Eles mostram a maneira de percorrer o "suave caminho" (a palavra japonesa "judo" é a junção de ideogramas "Ju", suave, e "Do", caminho), fundamento para o estudo, compreensão e progresso no Judo.


      1. Conhecer - é dominar-se, e dominar - se é triunfar.
Para conhecer suas possibilidades no mundo em que vive, para enfrentar todas as situações que exigem ações e soluções diretas ou indiretas, o homem precisa conhecer a si mesmo, saber quias as qualidades e deficiências que possui, para apresentar harmoniosamente as atitudes ou respostas mais adequadas à necessidade. Na posse íntima desse balanço, o homem adquire um melhor controle emocional, uma melhor postura frente ao mundo e uma melhor e mais inteligente utilização de seu potencial.
Tudo isso lhe dá maiores possibilidades de triunfar.
  
      2. Quem teme perder já está vencido.

O Kiai é definido também como um estado de espírito para vencer, portanto está intimamente ligado a este segundo princípio. Quando, inversamente, entramos em uma disputa incertos, inseguros ou temerosos, nossas forças se desassociam e enfraquecem, colocando-nos à mercê daquele ou daqueles que buscam com mais garra - com mais Kiai - o triunfo.

        3. Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade.

A perfeição é de Deus: somente Ele é perfeito. O homem pode e deve, entretanto, tentar sempre se aproximar da perfeição em todas as suas obras e durante toda a sua vida. Assim fazendo com constância, sabedoria e humildade, estará também contribuindo para que o mundo seja mais bonito, mais humano e feliz. Estará trabalhando, portanto, para a complementação desse mundo que nos foi dado e pelo qual somos responsáveis.

         4. Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado.

Tantos são os mistérios do mundo, tão incipientes são os nossos conhecimentos que consideramos - nos sábios, ainda que em uma única e simples matéria, seria no mínimo uma enorme ignorância. Isto porque, na medida em que nos aprofundamos no conhecimento de um determinado assunto, vemos que a meta final se distancia e se ramifica em tantas outras opções - nem sempre coerentes, muitas vezes contraditórias - que somos levados a reconhecer com tristezaque nada ou muito pouco sabemos, e que a meta final não se encontra ao nosso alcance.

         5. Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário. Quem venceste hoje poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdurá é a que conquista sobre a própria ignorancia.

O orgulho jamais se justifica, porque ninguém é Deus para ter certeza da vitória na próxima luta. A atitude orgulhosa nunca nos leva a boas ações - muito pelo contrário. Como antítese da humildade, o orgulho nos torna arrogantes, soberbos e auto-suficientes, criando à nossa volta um clima hostil. Nem a própria vitória contra a ignorância justificaria o orgulho, pois o saber deve ser um instrumento de realizações para a coletividade e a ela oferecido. A vitória não é propriedade privada nem de uso exclusivo de alguém.

         6. O judoka não se aperfeiçoa para lutar. Luta para se aperfeiçoar.

Fosse a meta primeira e única do judoka a vitória em cima do tatame, então sim ele voltaria toda a sua capacidade, todo o seu aperfeiçoamento para essa luta. Mas isso iria tornar o esporte igual a tantas outras lutas, pobres e sem motivos ou ideais duradouros e úteis. Felizmente, as metas do Judo são justamente mais importantes porque visam, como já vimos, um mundo melhor, mais bonito, mais humano e feliz. Esse é o ideal que buscamos.

        7. O judoka é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciencia para ensinar o que aprendeu aos seus companheiros.

À inteligência que deve ter o judoka para compreender aquilo que lhe ensinam, acrescentamos a perseverança e humildade. Perseverança porque nem sempre possuímos a facilidade no aprendizado, e a demora podenos levar a abandonar ou negligenciar conhecimentos que nos farão falta. Um pouco de perseverança possibilitará sempre com aprendizado. Humildade porque sem ela podemos achar que somos sábios e do alto da nossa suficiência não desceremos para aprender o que não sabemos. No transcorrer da vida, há uma seleção natural que escolhe os que tansmitirão ensinamentos para as gerações futuras. Assim é no judô. Aquele que teve a paciência para perseverar durante anos, acumulando conhecimentos e experiências, certamente  terá em grande dose a paciência necessária para o ensino do que aprendeu, contribuindo assim para que a grande arte caminhe para o futuro.

        8. Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, é o caminho do verdadeiro judoka.

No mais corriqueiros atos da vida o homem aprende sempre um pouco mais, pois ele é um ser dinâmico e evolutivo. É significativo o fato de que a maioria dos governantes é de pessoas idosas, mesmo entre os povos mais díspares e em diferentes épocas da História. Isso se explica porque a soma de conhecimentos, o melhor controle emocional e a experiência  acumulada durante os anos suplantam o arrojo e o vigor físico dos jovens. Quanto a usar esses conhecimentos para o bem, é uma questão de princípios, inerente ao homem de bem e ao judoka principalmente.

       9. Praticar o Judo e educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como ensinar o corpo a obedecer corretamente. O corpo é uma arma cuja eficiência depende  da precisão com que usa a inteligência.

      Quanto mais acumulamos experiência na prática do Judo e nos aprofundamos em sua filosofia mais fascinante ele se torna, dada a sua abrangente diversidade de valores físicos, morais, intelectuais e espirituais. essa progressão educa a mente, nos ensina a pensar com velocidade e exatidão, e ensina o corpo a obedecer com precisão.
Esses são os nove princípios que marcam os caminhos do progresso e do aprofundamento no conhecimento e prática do Judo. A eles devem os judokas a sua atenção, obediência e zelo.

Fonte: Sensei (Kodansha) Stanlei Virgilio (A Arte do Judo, Ed. Rígel)
                http://judoepoesia.blogspot.com.br/2006/03/filosofia-do-jud.html

PROJEÇÕES:






Deashi Harai: Varredura de perna avançada
















Ipoon Seoinage: Projeção de ombro por um braço.






QUEDAS:






Ushiro Ukemi:Queda ou rolamento para trás



Yoko Ukemi:Queda lateral

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